Temos falado muito a respeito do futuro do varejo, como ficam os PDVs tradicionais e de como o consumidor vai tomar sua decisão de compra. Marco Oliveira, sócio-fundador da O4B, listou abaixo as principais tendências do setor e alguns cases de sucesso. Confira:
1 – Canal de tomada de decisão
Entendo que serão cada vez mais diversos. Temos acompanhado a evolução das aquisições via plataformas de relacionamento e modelos de pagamento como o PIX, complementando e facilitando a experiência. O Whatsapp, por exemplo, se transformou durante a pandemia em um grande viabilizador de negócios. E os eletrodomésticos devem avançar também nesta cadeia. Já existem sensores que, quando acoplados a eletrodomésticos como geladeiras e máquinas de lavar, desempenham duas ações: avisam quando algum item está acabando ou fazem o pedido diretamente à loja.
2 – Disponibilidade e proximidade
Cada vez mais as pessoas querem comodidade, logo, ter o produto certo na hora certa próximo a seu consumidor faz toda a diferença. Pensar na persona, onde compra, como compra, porque compra etc, vai ajudar a ter um modelo de acesso mais assertivo. Você sabia que podemos perguntar para o Google a respeito de um produto específico e ele vai te mostrar em quais lojas próximas a você o produto pode estar disponível? Por exemplo: quero comprar uma camisa polo branca tamanho G nas proximidades. Onde encontrar?
3 – Lojas com novo conceito
O varejo deve reforçar seu foco no cliente. E isso quer dizer que não existe um formato universal de PDV. A minha observação aqui é que, cada vez mais, as lojas terão a cara do seu público e que vão oferecer experiências distintas e específicas. Inclusive, adaptando a loja ao local onde é implantada, atendendo características do público da região.
A Nordstrom é um bom exemplo. A varejista de moda para diversos públicos oferece uma série de serviços: compra online com retirada em loja, ajustes e costuras, leva e traz, personal stylists, trocas e devoluções facilitadas, entregas no mesmo dia, aluguel de trajes, salão de beleza, lavanderia, barbearia, alimentos e bebidas.
Outro exemplo é o da Bonobos, também nos Estados Unidos. A jornada de compra começa por um atendimento personalizado. Você agenda um horário para ser atendido na loja física de sua preferência e tem um vendedor exclusivo, no melhor estilo 1-on-1. Depois de experimentar e escolher o que deseja, os itens são despachados diretamente para sua casa ou escritório, sem nenhuma taxa extra. Você não precisa carregar suas sacolas.
A marca de roupas Rebecca Minkoff, de Nova Iorque, implantou telas interativas nos andares e vestiários de algumas de suas lojas, através das quais os atendentes conseguem descobrir quais itens foram levados aos provadores, quais foram vendidos ou deixados para trás e até fazer pedidos de café ou champanhe grátis para servir aos clientes.
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4 – Foco na experiência do shopper
Quando falamos tanto na personalização da experiência do cliente, nada mais justo do que também discutir a personalização dos produtos na nossa lista de compras. Ninguém quer mais do mesmo. Estamos todos em busca do algo a mais, da exclusividade. A Dresden é uma varejista australiana de óculos que vem se destacando mundialmente por causa do pensamento inovador. Com plástico recolhido das praias da Austrália, permitem que os seus shoppers criem os próprios modelos de armação e escolham as cores e lentes que preferirem para seus óculos de sol ou grau. Feito na hora!
Percepção final
Entendo que o futuro do varejo é desafiador e vai ganhar o jogo quem se adaptar mais rapidamente. Ter agilidade e proximidade com o cliente de verdade vai fazer toda a diferença neste processo. Empresas que não colocam de fato o consumidor como seu principal ativo vão ter grandes dificuldades de se manter neste mercado cada vez mais conectado, buscando experiências e competitivo.